terça-feira, 26 de outubro de 2010

Sim ou Não ao Clérgima?


No ultimo final de semana participei de um encontro de liturgia idealizado pela Diocese de São José dos Campos, e ao conversar com uma das responsáveis pelo encontro no intuito de animação, desenvolvemos um assunto sobre o uso ou não uso do clérgima por parte dos clérigos?
Não só a pessoa que conversava comigo sobre o assunto mas muitas outras acham importante o uso do clérgima justamente para diferenciar o clérigo no meio do povo, visto que de acordo com o pensamento de muitos, o padre ou o sacerdote não é qualquer um... Sendo alguém que se insere dentro da lógica do cristianismo e do catolicismo como um representante de Deus em meio ao povo. Ele é alguém que ao se vestir como um padre se torna mais acessivel, e também evita fatos desagradáveis como paqueras, investidas por parte do publico feminino, e impõe respeito, visto que um ministro de Deus onde vai recebe um tratamento diferenciado .
Ao meu ver a historia é um pouco diferente, claro não posso generalizar a ponto de dizer que não devam usar, que é ridículo, que o fazem só para obterem reconhecimento pessoal por parte do povo... isso seria um excesso e também um erro!
Mas vejo que o sacerdote, ainda mais que um representante de Deus, é também um ser humano como qualquer um outro, com franquezas, limites, frustrações e problemas da vida cotidiana, acho importante o padre ter mesmo que de forma mínima, o seus momentos de lazer, de caminhada no meio do povo, de se fazer povo, visto que as vezes a distancia entre alguém do povo e do clero, crir mitos, especulações e favoritismos em cima de alguém que antes de preparar o povo precisa se preparar, e para isso deve descer do seu pupito e acolher os clamores, desejos e aspirações dos membros da sua comunidade e buscar estrategicamente pela lógica do evangelho, soluções para a resolução de problemas que sem a ajuda, e presença no meio dos leigos ele não conseguirá realizar...
O Concilio Vaticano II trouxe inovação ao cenário litúrgico e comunitário de nossas comunidades de fé, nos remete a um contexto de centralização do leigo como figura ínfima e essencial para a construção do reino de amor e paz que tanto buscamos. sendo assim, ouvir os clamores e estar ao lado dos mais simples faz toda diferença.
Então, utilizando ou não utilizando o clérgima a figura do padre deve estar consciente da sua missão de acolher o leigo e se fazer povo junto com o povo, e fazer como Jesus fez no sermão da montanha aos seus discípulos, sentar em cima do monte para ensinar, e descer no meio do povo para ouvir seus clamores. No antigo testamento Moisés subia ao monte para receber as ordens de Deus e repassar ao povo, com a vinda de Jesus, ele mesmo desce do monte para se fazer Emanuel, o Deus conosco, e como representantes de Jesus também os padres devem ter consciência de ser também Emanuel.

domingo, 17 de outubro de 2010

Sociedad o Suciedad?


Com certeza sátiras com a similaridade entre a palavra sociedad e suciedad na língua espanhola já foram realizadas, mas contextualizando isso com o cenário político atual, essas "palavrinhas" vem mesmo a calhar...
Sociedade é o conjunto de pessoas que compartilham propósitos, gostos, preocupações e costumes, e que interagem entre si constituindo uma comunidade... Em contra- partida a palavra Suciedad significa SUGEIRA...
A Política desde a sua constituição lógica na Grécia antiga, vem da palavra "police", ou seja, organização...
Política acima de tudo como diz Paulo VI: "é a Melhor forma de se fazer Caridade", visto que é a partir dela, que se elaboram leis, que ao serem executadas, tem o poder de estabelecer a justiça, a ordem, os direitos e deveres dos cidadãos, em fim de transformar.
O que tem acontecido não só no Brasil mas de uma forma geral em todo lugar, é o abuso do poder publico para os mais afortunados, desvio de verbas que deveriam servir para investimento em fundos de assistência a população, escândalos, corrupções de variados partidos e políticos...
Leonardo Boff em seu livro: "Igreja : Carisma e Poder" descreve a política de duas maneiras, muito interessantes; política com P minúsculo: que é o que chamamos de politicagem, abuso de poder, mentiras, promessas, falcatruas... e Política com P maiúsculo: que é a política exercida em pró do povo, dos desfavorecidos, dos que não tem voz, dos marginalizados...
E diante do nosso cenário atual??? Dilma ou Serra???? qual deles escolher???
Realmente fica difícil votar num tempo onde especulações é o que mais vemos..
Bom vamos começar pela Dilma...
O que mais vemos são ataques a atual representante do PT (Partido dos Trabalhadores)com acusações de altíssimo grau, como guerrilheira, assaltante de banco, ladra, sem ao menos analizar a veracidade e o porque dos comentários...
Dilma Rousseff assim como José Serra, foram exilados políticos, por lutar contra a ditadura militar, ambos eram contra as represarias, a falta de direitos e democracia, Dilma de uma forma mais direta participou de grupos de ação revolucionarias, que assaltavam bancos, roubaram armas, e lutou mais diretamente contra a ditadura, hoje não consideram a sua participação como ministra da fazenda, ministra de minas e energia e da Petrobrás, Ministra da Casa Civil como papéis importantes, na construção e participação do governo Lula como constituinte de um grupo que fez a diferença nos últimos oito anos...
O governo Lula criou, mais de 14 milhões de empregos no Brasil nos últimos 8 anos, tirou milhões de brasileiros da pobreza absoluta, Aumentou para números recordes o PIB do Brasil, com o programa do ProUni incentivou o ingresso de milhares de estudantes em faculdades estatuais, federais e particulares, Criou o programa bolsa, escola, Bolsa família, e bolsa alimentação, não como um programa assistencialista como muitos dizem, mas programas de assistência a famílias carentes, para que possam manter mais crianças dentro das salas de aula, que garanta 3 refeições por dia, criando mais acessibilidade a milhares de brasileiros, emprestou dinheiro ao FMI, e o melhor, Pagou a divida Externa que limitava nosso pais em questão de investimentos, gastos e etc...
Antigamente no Brasil dificilmente se ouvia falar em internet nas casas dos moradores de classe média, não eram todos que possuíam automóveis, que faziam faculdade, o Brasil cresceu, e hoje a acessibilidade se tornou aparente e o brasileiros conseguem viver melhor e com mais qualidade e acesso a informações.
Dilma participou ativamente desse processo de evolução do pais como ministra da Casa Civil, e promete dar seguimento a esses projetos para que o Brasil cresça ainda mais...
E quanto ao Serra???
Serra foi ministro do desenvolvimento no governo FHC, governo esse que chamou aposentados de vagabundos ( era criança mas me recordo disso como se fosse hoje) que criou apenas 5 milhões de empregos, mas o números de demissões no pais na época foi recorde, o pais teve um período de inflação muito alto, privatizou órgãos públicos como a TeleBrás, a Vale do Rio Doce e promete agora com o Serra privatizar o Pré-sal. Serra,foi ministro da Saúde, sendo constatado, o melhor ministro da Saúde do Brasil, lançou programas como os Remédios Genéricos, pelo qual ficou conhecido, em contra ponto assinou a lei de aborto nos hospital do Sus próximo do ano de 1998, e hoje ataca Dilma por ser a favor da descriminalização do aborto, onde sua esposa, disse que Dilma matava criancinhas, foi prefeito, governador, mas o mais interessante, é que nunca terminou os mandatos, porque sempre visava outro cargo político maior, chamo isso de ponte eleitoral, e chegou a tal ponto que um dos companheiros de partido e governador reeleito do estado de São Paulo dizer que hoje temos mais de 30% das escolas publicas com dois professores atuando em sala de aula!!! Onde que não vejo???
Os dois candidatos tem lá suas suciedad(sujeiras) e dentre isso, cabe a nós vermos o que é mais lucrativo nesse momento de ascensão para o Brasil, o progresso ou o regresso.


A seguir um vídeo onde Pe. Léo fala sobre o governo FHC e o então ministro da saúde José Serra sobre a questão do aborto.

http://www.youtube.com/watch?v=EdNJwnN_vV0

terça-feira, 12 de outubro de 2010

DESMONTE DE UMA FALÁCIA – Dom Demétrio Valentini - 8 de outubro de 2010


Esclarecendo um grande mal entendido acontecido em torno da Regional Sul-1, sobre a posição de três bispos que se opunham sobre a candidatura dos candidatos do PT e em especial ao atual governo federal e a candidata a presidencia da republica de Dilma Roussef, Dom Demétrio Valentini divulga uma nota relatando o que realmente aconteceu sobre o comunicado emitido visto que a CNBB havia decidido não se posicionar a favor de nenhum candidato ou partido, deixando apenas um apelo sobre o voto consciente aos eleitores pertencentes as comunidades Catolicas.


A questão do aborto está sendo instrumentalizada para fins eleitorais. Esta situação precisa ser esclarecida e denunciada.Está sendo usada uma questão que merece toda a atenção e isenção de ânimo para ser bem situada e assumida com responsabilidade, e que não pode ficar exposta a manobras eleitorais, amparadas em sofismas enganadores.

Nesta campanha eleitoral está havendo uma dupla falácia, que precisa ser desmontada. Em primeiro lugar, se invoca a autoridade da CNBB para posições que não são da entidade, nem contam com o apoio dela, mas se apresentam como se fossem manifestações oficiais da CNBB.

Em segundo lugar, se invoca uma causa de valor indiscutível e fundamental, como é a questão da vida, e se faz desta causa um instrumento para acusar de abortistas os adversários políticos, que assim passam a ser condenados como se estivessem contra a vida e a favor do aborto.

Concretamente, para deixar mais clara a falácia, e para urgir o seu desmonte:

A Presidência do Regional Sul 1 da CNBB incorreu, no mínimo, em sério equívoco quando apoiou a manifestação de comissões diocesanas, que sinalizavam claramente que não era para votar nos candidatos do PT, em especial na candidata Dilma.

Ora, os Bispos do Regional já tinham manifestado oficialmente sua posição diante do processo eleitoral. Por que a Presidência do Regional precisava dar apoio a um documento cujo teor evidentemente não correspondia à tradição de imparcialidade da CNBB? Esta atitude da Presidência do Regional Sul 1 compromete a credibilidade da CNBB, se não contar com urgente esclarecimento, que não foi feito ainda, alertando sobre o uso eleitoral que está sendo feito deste documento assinado pelos três bispos da presidência do Regional.

Esta falácia ainda está produzindo conseqüências. Pois no próprio dia das eleições foram distribuídos nas igrejas, ao arrepio da Lei Eleitoral, milhares de folhetos com a nota do Regional Sul 1, como se fosse um texto patrocinado pela CNBB Nacional. E enquanto este equívoco não for desfeito, infelizmente a declaração da Presidência do Regional Sul 1 da CNBB continua à disposição da volúpia desonesta de quem a está explorando eleitoralmente. Prova deste fato lamentável é a fartura como está sendo impressa e distribuída.

Diante da gravidade deste fato, é bem vindo um esclarecedor pronunciamento da Presidência Nacional da CNBB, que honrará a tradição de prudência e de imparcialidade da instituição. A outra falácia é mais sutil, e mais perversa. Consiste em arvorar-se em defensores da vida, para acusar de abortistas os adversários políticos, para assim impugná-los como candidatos, alegando que não podem receber o voto dos católicos.

Usam de artifício, para fazerem de uma causa justa o pretexto de propaganda política contra seus adversários, e o que é pior, invocando para isto a fé cristã e a Igreja Católica. Mas esta falácia não pára aí. Existe nela uma clara posição ideológica, traduzida em opção política reacionária. Nunca relacionam o aborto com as políticas sociais que precisam ser empreendidas em favor da vida.

Votam, sem constrangimento, no sistema que produz a morte, e se declaram em favor da vida. Em nome da fé, julgam-se no direito de condenar todos os que discordam de suas opções políticas. Pretendem revestir de honestidade, uma manobra que não consegue esconder seu intento eleitoral. Diante desta situação, são importantes, e necessários, os esclarecimentos. Mais importante ainda é a vigilância do eleitor, que tem todo o direito de saber das coisas, também aquelas tramadas com astúcia e malícia.