terça-feira, 28 de setembro de 2010
Insetos Interiores
Hoje pensando sobre alguns fatos da vida, e analisando determinadas atitudes de pessoas que convivem comigo no meu dia-a-dia, me recordei de uma musica do Fernando Anitelli chamada de Insetos Interiores quando é dito o seguinte:
"Existem milhões de insetos almáticos.
Alguns rastejam, outros poucos correm.
A maioria prefere não se mexer.
Grandes e pequenos.
Redondos e triangulares,
de qualquer forma são todos quadrados."
É evidente analisar que quando o autor narra este "poema" deixa explicitamente claro a sua critica sobre os mais variados tipos de personalidades, atitudes e deselegancias cometidas por nós seres humanos. Somos frutos de uma micigenação estrondosa, assumimos heranças genéticas dos mais variados tipos e raças, e herdamos com elas as suas mazelas, enraizadas na cultura urbanizada, que aliena e fecha o ser humano num ciclo de individualismo e reclusa, que sobre determinados assuntos da sociedade fazemos aquilo que é relatado na musica: "A maioria prefere não se mexer" assumimos as mais variadas formas, nos escondemos atrás de mascaras, que não mostram nosso verdadeiro eu, somos a cada novo instante portadores de atitudes que não são nossas, infelizmente nos tornamos mais um com a massa, enfim nossa pluralidade e jogo de cintura na maioria das vezes não recebe o titulo de virtude, e somos sim quadrados...
"Descompromissados com o próprio rumo.
Desprovidos de caráter e coragem,
Desatentos ao próprio tesouro...caem.
Desacordam todos os dias,
não mensuram suas perdas e imposturas.
Não almejam, não alma, já não mais amor.
Assim são os insetos interiores. "
Nã sabemos onde queremos chegar, nos tornamos individuos sem perspectivas, e pior depositamos nossos sonhos no famoso "ouro de tolo", aquele que em historias infantis enche os olhos dos ambiciosos, mas que no fim não possui valor algum.
Não possuimos mais caráter algum, até nossas boas atitudes são realizadas com a esperança de algo em troca, não há mais amor, solidariedade, dedicação, só interesse, arrogancia e prepotencia, todos os dias pessoas e mais pessoas vão acordando de seus sonhos, deixando de lado todos os principios que ganharam das gerações passadas, menos pessoas possuem ambição de transformção e assim "Os insetos interiores proliferam-se, Na morte e na merda".
Dessa forma "Para eles, tudo é capaz de ser impossível."
terça-feira, 7 de setembro de 2010
Maria da minha Infância
Após aproximadamente 10 ou 11 anos se aproxima o momento de encerrar mais uma etapa importantíssima da minha vida!
O Momento em que encerro meus trabalhos como Mestre de Cerimônias da Paróquia Santa Cecília.
Um período que marcou intensamente minha caminhada na vida de comunidade, o lugar onde o serviço, o silencio e o aprendizado construíram aquilo que sou hoje...
Padre Zézinho tem uma musica muito bonita chamada Maria da minha infância, onde ao relata-la como uma historia própria de vida, também passa um profundo teor mariano em cada trecho que se segue.
E assim gostaria a partir dessa musica relatar aquilo que acontece com muitos em sua caminha rumo a Deus, onde cada passo e cada vivencia constroem a identidade do cristão em questão, e essa foi a minha...
Eu era pequeno, nem me lembro
Só lembro que à noite, aos pés da cama
Juntava as mãozinhas e rezava apressado
Mas rezava como alguém que ama
Nas Ave - Marias que eu rezava
Eu sempre engolia umas palavras
E muito cansado acabava dormindo
Mas dormia como quem amava
Para uma sólida e consistente participação na vida de comunidade é indispensável a catequese familiar, onde extraímos do convívio com os pais e irmãos a fé que é transmitida por excelência, e ou melhor por dom, herdamos a crença, a confiança e a sensibilidade de acolher com carinho e amor a palavras mais belas e profundas que nossos familiares nos transmitem, e assim firmamos nosso primeiro contato com o sagrado, juntando as nossas mãos e recitando algumas palavras nos colocamos na presença de deus com a inocência e delicadeza de uma criança. Algumas vezes não agüentamos de sono, e nos colocamos a dormir nos pés de Maria nossa mãe e intercessora.
E assim como toda criança, começamos a crescer, a tomar noção das coisas, a perguntar, e o mais irônico de tudo... A questionar até mesmo aquela fé que herdamos...
Depois fui crescendo, eu me lembro
E fui esquecendo nossa amizade
Chegava lá em casa chateado e cansado
De rezar não tinha nem vontade
Andei duvidando, eu me lembro
Das coisas mais puras que me ensinaram
Perdi o costume da criança inocente
Minhas mãos quase não se ajuntavam
E como a musica muito bem fala, "perdemos o costume da criança inocente", nos deixamos levar pelas chateações do dia-a-dia, pelas dificuldades, e problemas que vão surgindo, e a presença de Deus em nossa vida se torna cada vez mais distante, de mais difícil acesso, nosso estar diante de Deus se torna raro, e quando o fazemos, depositamos nele todas as nossas frustrações e desânimos, isso quando não o responsabilizamos por nossos próprios deslizes. A nossa fé fica fragilizada, não sabemos mais nem em que acreditar, e a vontade de rezar se acaba...
Mas como somos seres abalados pela carência, vãos sentindo falta do passado, do tempo onde o simples fato de acreditar, amenizava nosso sofrimento, e as aflições pareciam mais leves, vamos sentindo falta daquele contato intimo com Deus, e Mesmo cansados, tentamos encontrar aquilo que foi perdido, e depois de tanto relutar, voltamos a rezar..
O teu amor cresce com a gente
A mãe nunca esquece o filho ausente
Eu chego lá em casa chateado e cansado
Mas eu rezo como antigamente
Nas Ave - Marias que hoje eu rezo
Esqueço as palavras e adormeço
E embora cansado, sem rezar como eu devo
Eu de Ti Maria, não me esqueço
Agora a semente que foi planta em mim, que floresceu, deu frutos, e que por um bom tempo, esqueci de cuidar e deixei secar, volta a florescer, as coisas passam a recobrar o sabor, a vida é mais gostosa, e o perfume dos acontecimentos nos fazem lembrar de tempos que não voltam, mas que marcaram nossa vida de experiências extremamente profundas...
E assim podemos cantar confiantes...
Ave - Maria, Mãe de Jesus
O tempo passa, não volta mais
Tenho saudade daquele tempo
Que eu te chamava de minha mãe
Ave - Maria, Mãe de Jesus
Ave - Maria, Mãe de Jesus
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