terça-feira, 7 de setembro de 2010

Maria da minha Infância


Após aproximadamente 10 ou 11 anos se aproxima o momento de encerrar mais uma etapa importantíssima da minha vida!
O Momento em que encerro meus trabalhos como Mestre de Cerimônias da Paróquia Santa Cecília.
Um período que marcou intensamente minha caminhada na vida de comunidade, o lugar onde o serviço, o silencio e o aprendizado construíram aquilo que sou hoje...
Padre Zézinho tem uma musica muito bonita chamada Maria da minha infância, onde ao relata-la como uma historia própria de vida, também passa um profundo teor mariano em cada trecho que se segue.
E assim gostaria a partir dessa musica relatar aquilo que acontece com muitos em sua caminha rumo a Deus, onde cada passo e cada vivencia constroem a identidade do cristão em questão, e essa foi a minha...

Eu era pequeno, nem me lembro
Só lembro que à noite, aos pés da cama
Juntava as mãozinhas e rezava apressado
Mas rezava como alguém que ama
Nas Ave - Marias que eu rezava
Eu sempre engolia umas palavras
E muito cansado acabava dormindo
Mas dormia como quem amava


Para uma sólida e consistente participação na vida de comunidade é indispensável a catequese familiar, onde extraímos do convívio com os pais e irmãos a fé que é transmitida por excelência, e ou melhor por dom, herdamos a crença, a confiança e a sensibilidade de acolher com carinho e amor a palavras mais belas e profundas que nossos familiares nos transmitem, e assim firmamos nosso primeiro contato com o sagrado, juntando as nossas mãos e recitando algumas palavras nos colocamos na presença de deus com a inocência e delicadeza de uma criança. Algumas vezes não agüentamos de sono, e nos colocamos a dormir nos pés de Maria nossa mãe e intercessora.

E assim como toda criança, começamos a crescer, a tomar noção das coisas, a perguntar, e o mais irônico de tudo... A questionar até mesmo aquela fé que herdamos...

Depois fui crescendo, eu me lembro
E fui esquecendo nossa amizade
Chegava lá em casa chateado e cansado
De rezar não tinha nem vontade
Andei duvidando, eu me lembro
Das coisas mais puras que me ensinaram
Perdi o costume da criança inocente
Minhas mãos quase não se ajuntavam


E como a musica muito bem fala, "perdemos o costume da criança inocente", nos deixamos levar pelas chateações do dia-a-dia, pelas dificuldades, e problemas que vão surgindo, e a presença de Deus em nossa vida se torna cada vez mais distante, de mais difícil acesso, nosso estar diante de Deus se torna raro, e quando o fazemos, depositamos nele todas as nossas frustrações e desânimos, isso quando não o responsabilizamos por nossos próprios deslizes. A nossa fé fica fragilizada, não sabemos mais nem em que acreditar, e a vontade de rezar se acaba...

Mas como somos seres abalados pela carência, vãos sentindo falta do passado, do tempo onde o simples fato de acreditar, amenizava nosso sofrimento, e as aflições pareciam mais leves, vamos sentindo falta daquele contato intimo com Deus, e Mesmo cansados, tentamos encontrar aquilo que foi perdido, e depois de tanto relutar, voltamos a rezar..

O teu amor cresce com a gente
A mãe nunca esquece o filho ausente
Eu chego lá em casa chateado e cansado
Mas eu rezo como antigamente
Nas Ave - Marias que hoje eu rezo
Esqueço as palavras e adormeço
E embora cansado, sem rezar como eu devo
Eu de Ti Maria, não me esqueço



Agora a semente que foi planta em mim, que floresceu, deu frutos, e que por um bom tempo, esqueci de cuidar e deixei secar, volta a florescer, as coisas passam a recobrar o sabor, a vida é mais gostosa, e o perfume dos acontecimentos nos fazem lembrar de tempos que não voltam, mas que marcaram nossa vida de experiências extremamente profundas...

E assim podemos cantar confiantes...

Ave - Maria, Mãe de Jesus
O tempo passa, não volta mais
Tenho saudade daquele tempo
Que eu te chamava de minha mãe
Ave - Maria, Mãe de Jesus
Ave - Maria, Mãe de Jesus

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