Nos primórdios da humanidade enquanto os mitos e as culturas de morte eram mais fortes que a lógica e o conhecimento, antes mesmo da sociedade se desenvolver, as religiões e crenças eram imperativas e orquestravam a sociedade, vemos assim surgir um movimento hoje intitulado de teologia da prosperidade. Mas o que é isso???
Principalmente entre os judeus, que também fazem parte das culturas mais antigas, o fato de você ter muito dinheiro, uma casa para morar, filhos saudáveis era sinal de benção de Deus na vida das pessoas, o inverso também se torna verdadeiro, a falta de dinheiro, de moradia, de saúde, crianças e ou pessoas com necessidades especiais, era sinal de que Deus havia amaldiçoad tal família.
Nossa sociedade evoluiu, passamos do tempo do teocentrismo, Onde tudo era visto a partir de uma ótica religiosa, e hoje colocamos o Homem como partida de tudo, estamos sujeitos a tecnologias que evoluem mais e mais, acesso direto a informação pelo uso da internet, e algumas coisas por incrível que pareçam ainda continuam as mesmas, principalmente quando falamos sobre preconceito e pessoas Especiais.
É evidente que hoje não marginalizamos diretamente e ou levantamos questões de benção ou maldição, mas o fato é que em pleno século XXII ainda não sabemos encarar certas ocasiões da vida com certa propriedade.
Olhando por um ponto de Vista biológico, as necessidades Especiais se dão de diferentes maneiras como: Má formação genética sendo assim uma causa pré natal, por herança genética dominante e ou recessiva, traumas ao nascimento ou na infância, acidentes automobilísticos, gerando lesões como TRM(traumatismo raquio-medular), TCE(traumatismo cranio-encefalico) dentre muitas outras causas, que podem levar a lesões incapacitantes permanentes, ou fazer com que um determinado individuo tenha uma limitação física mas seja assim mesmo independente.
Já por um ponto de vista político... Essas pessoas fazem uso de muletas, cadeiras de rodas, precisam de alguém as vezes 24 horas para lhes dar auxilio, precisam de um local adaptado dentro de casa pra que ela também consiga se inserir dentro da sociedade reabilitada socialmente, precisa de espaços externos com rampa para melhor acesso, de orientação familiar, as vezes de terapia, enfim de uma gama extensa de coisas que possam de uma certa forma melhorar a qualidade de vida delas.
Mas na maioria das vezes ao passar em um local onde há projetos de construção civil, pouco vemos empresários e ou mesmo profissionais, que se importam em tornar a vida dessas pessoas mais fácil, políticos que realmente briguem pelo direito de ir e vir dessas pessoas que também é assegurado pela Constituição Federal de 1988, e cada vez mais nessa nossa selva de pedras e nesse mundo globalizado impedimos a inserção dessas pessoas no convívio comunitário por falta de especulação e consciência.
Quando olhamos uma criança onde a cadeira de rodas e/ou dispositivo de marcha "faz parte do seu corpo" geralmente o nosso sentimento é de dó, nossa expressão, reação e atitudes geralmente pendem para esse aspecto, quando vemos um adulto, o olhar é outro, desviamos nossos olhos as vezes porque não tem mais aquele jeito contagiante de uma criança, as vezes porque um adulto por ser mais evoluído dentro do seu padrão patológico seja mais agressivo aos nossos olhos...
E isso acontece com eles até mesmo quando procuram emprego, a vida não é apenas difícil pela sua limitação mas também pela limitação social que as pessoas as colocam, para a criança nem tanto, mas para um adulto, aquele mesmo olhar de desprezo, de desvio de olhar, ou de indiferença, machuca muito mais que uma lamina transpassando a peito.
Hoje passamos por um cenário de mudança na politica, muitos deles, já com 2° mandato e impedidos de buscar o 3º, outros políticos com a morte chegou para eles, e novas caras vão surgindo, a esperança ainda toma nossos corações, mas a duvida ainda nos aflora. Será que eles serão capazes de fazer uma verdadeira política, totalmente voltada a quem precisa, a sáude do povo, ao transporte, a habitação, as condições básicas de vida??? Até lá vamos tocando nossas vidas, uns com olhares mais aguçados mas que pouco podem fazer, outros incensiveis as dores dos outros, e outros ainda ajudando a construir uma cultura de morte que não sabe olhar para outro que mesmo com debilidades, possui sonhos e desejo de viver como nós.
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