segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O Dom de linguas


Em Atos dos Apóstolos, capítulo 2

"1 Chegando o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. 2 De repente, veio do céu um ruído, como se soprasse um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. 3 Apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. 4 Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem. 5 Achavam-se então em Jerusalém judeus piedosos de todas as nações que há debaixo do céu. 6 Ouvindo aquele ruído, reuniu-se muita gente e maravilhava-se de que cada um os ouvia falar na sua própria língua. 7 Profundamente impressionados, manifestavam a sua admiração: Não são, porventura, galileus todos estes que falam? 8 Como então todos nós os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna? 9 Partos, medos, elamitas; os que habitam a Macedônia, a Judéia, a Capadócia, o Ponto, a Ásia, 10 a Frígia, a Panfília, o Egito e as províncias da Líbia próximas a Cirene; peregrinos romanos, 11 judeus ou prosélitos, cretenses e árabes; ouvimo-los publicar em nossas línguas as maravilhas de Deus!"

Esse Fenomeno relatado biblicamente causa controversias no publico cristão!!!
Talvez a narraçao de pentecostes tenha se resumido apenas a forma literaria com que foi relatado, do que ao seu verdadeiro significado!
A vinda do espirito santo paraclito, que foi prometido por Jesus, assume nas comunidades cristãs do tempo contemporaneo, uma conotaçao diferente daquela apresentada em atos dos apostolos estudado mais profundamente. A vinda do espirito santo, representa a tomada de atitude dos cristãos em relaçao as perseguiçoes que estavam sofrendo, foi um despertar para a realidade, uma realidade triste e dura que não seria amenizada com a omissao e a falta de atitude, perante o sistema socio-religioso.
O Vento forte que sopra o tabernaculo, onde se encontravam os discipulos escondidos por medo das repressoes , representa o impulso nas comunidades, visto que seus membros estavam amedrontados, as linguas de fogo que desdem sobre eles, a trasformaçao que os enche do espirito de Deus, a mudança de atitude, fazendo-os reconhecer a missao que tem em mãos, e o dever de pregar a boa nova como principio salvador apresentado por cristo.
Com a assençao do neopentecostalismo, surgiu uma forma diferente de se trabalhar com as comunidades, e a visao fundamentalista passou a tomar a frente nas espiritualidades catolicas e protestantes. A oraçao em linguas passou a ter uma otica de manifestaçao do espirito santo no seio das comunidaddes, e o "batismo no espirito santo" uma forma de expressar o derramento do espirtio de Deus sobre os que se abrem a ele. Denominaçoes essas que causam controversias em questoes sacramentais catolicas, visto que o termo batismo no espirito santo remete a confirmaçao, um dos sacramentos obtidos na iniciaçao catolica, e essa controvérsia pode causar desencontros teologicos que devem ser questionados.
Ritos até entao especificados e adaptados as realidades de cada localidade, abrem espaço ao fetichismo religioso, abrindo as portas para os exageros. Pois como diz o documento da CNBB para a RCC: " Na celebração da Missa, não se deve salientar de modo inadequado as palavras da Instituição, nem se interrompa a Oração Eucarística para momentos de louvor a Cristo presente na Eucaristia com aplausos, vivas, procissões, hinos de louvor eucarístico e outras manifestações que exaltem de tal maneira o sentido da presença real que acabem esvaziando as várias dimensões da celebração eucarística. "
Alguns padres e algumas instituiçoes catolicas abrem espaço para missas carismaticas, ou de cura e libertaçao que sedem espaço a euforias, e momentos não proprios daquilo q se subentende q seja a Santa Missa, ja dizia João Paulo II, Diretrizes aos Bispos do Brasil, Loyola, 1991, p. 44. "Na Liturgia, especialmente na Eucaristia, celebra-se a realidade fundamental da Páscoa: morte e ressurreição de Jesus Cristo, morte e ressurreição do batizado com Cristo. Na ação litúrgica, devem encontrar espaço todas as realidades da vida quotidiana do cristão, pois é com todos os aspectos da sua pessoa que ele tem de passar deste mundo ao Pai. Ao participar na celebração, o cristão terá presente suas aspirações, alegrias, sofrimentos, projetos, bem como os de todos os seus irmãos. E colocará todas estas intenções na oração que sua comunidade, com toda a Igreja, dirige ao Pai, com Cristo Salvador, na unidade do Espírito Santo". Logo momentos de subjetivismo religioso causam esses chamados exageros, gerando talvez uma banalizaçao do sacrado, pois não se peca apenas pela falta mas também pelo excesso.
Como diz o Catecismo da Igreja Catolica: "O Espírito opera "pelas múltiplas graças especiais, chamadas de carismas, através das quais torna os fiéis aptos e prontos a tomarem sobre si os vários trabalhos e ofícios que contribuem para a renovação e maior incremento da Igreja. Os carismas devem ser recebidos com gratidão e consolação. E não devem ser temerariamente pedidos nem se ter a presunção de possui-los". Ora, se não devem ser pedidos e sao "graças especiais" que nos torna aptos para a renovaçao da igreja, por que d todos os carismas, o que mais se tem em grupos de oraçao é o dom de linguas???? É incrivel como em grupos de oraçoes, ou carismaticos, quase 90% dos participantes orão em linguas!!!! será que é só dele que nós precisamos???? e será tao facil assim obtelos a ponto de q quase todos o tenham???
O Dom de linguas por si só e biblicamente o milagre pelo qual os dicipulos falando a Partos, medos, elamitas; os que habitam a Macedônia, a Judéia, a Capadócia, o Ponto, a Ásia, 10 a Frígia, a Panfília, o Egito e as províncias da Líbia próximas a Cirene; peregrinos romanos, 11 judeus ou prosélitos, cretenses e árabes entendam na sua lingua local o que os discuplos falavam na sua lingua de origem ( visto que era varias as linguas faladas pelos presentes, e poucos os dicipulos que sabiam mais de um idioma, pedro por exemplo um pescador que não sabia escrever o proprio nome, quem diria falar outra lingua) fenomeno chamado de Xenoglossalia (xeno: fora, estrageiro), (glossalia: lingua) e como todo fenomeno ou milagre, chamamos de misterio, aquilo que é realizado por Deus, e que não é consedido por conseçao divina a pedidos que fazemos, mas de acordo com a vontade de Deus.
diante disso o documento da CNNBB a RCC diz assim: "O destinatário da oração em línguas é o próprio Deus, por ser uma atitude da pessoa absorvida em conversa particular com Deus. E o destinatário do falar em línguas é a comunidade. O apóstolo Paulo ensina: "Numa assembléia prefiro dizer cinco palavras com a minha inteligência para instruir também aos outros, a dizer dez mil palavras em línguas" (1 Cor 14,19). "Como é difícil discernir, na prática, entre inspiração do Espírito Santo e os apelos do animador do grupo reunido, não se incentive a chamada oração em línguas e nunca se fale em línguas sem que haja interprete. (Documento da CNBB a RCC)" O que nos mostra que tal pratica não deve ser feita com tal frequencia e deliberadamente, pois em pentecostes se referia a uma forma que Deus previlegiou os dicipulos de ensinar em outras linguas.
Paulo finaliza em 1º Coríntios, capítulo 14: "10 Há no mundo grande quantidade de línguas e todas são compreensíveis. 11 Porém, se desconhecer o sentido das palavras, serei um estrangeiro para quem me fala e ele será também um estrangeiro para mim."
O Dom da profecia de acordo com o Documento da CNBB a RCC: "Na Bíblia, profeta é o que fala em nome de Deus. Significa, pois, um evangelizador. É a comunicação de assuntos espirituais aos participantes de reuniões comunitárias, aos quais se dirigem palavras de exortação e encorajamento. "Aquele que profetiza, fala aos homens: edifica, consola, exorta" (1 Cor 14,3). É um dom para o bem da comunidade e não tem em vista adivinhações futuras."
Talvez com um pouco mais de cautela e zelo tais deslizes cometidos com a profanaçao do sagrado por meio do exageros seja revisto e melhor pensado quando tomamos conhecimento disso tudo!!!

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